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Publicado em 10/12/2020
A Paulista Cultural é uma iniciativa pioneira que propõe diálogo e intercâmbios de programação entre 7 instituições culturais que estão localizadas na avenida Paulista, unidas pelo território e pela vocação. Uma ação coletiva, organizada por todos esses espaços. A proposta, iniciada pelo MASP, surgiu em 2017 na onda das boas notícias que a avenida Paulista, uma das mais icônicas de São Paulo, oferecia à cidade, a começar pela abertura de três novas instituições: o Instituto Moreira Salles, a Japan House São Paulo e o Sesc Avenida Paulista. Os espaços completavam um eixo que já era formado por Casa das Rosas, Centro Cultural Fiesp, Itaú Cultural e MASP.
E por que não aproveitar esse potencial cultural e turístico tornando-o, talvez, ainda mais forte? O fato de a avenida estar aberta aos pedestres todos os domingos reforçava ainda mais esse desejo. A inspiração veio, então, do Museum Mile, iniciativa que começou na década de 1970 e anualmente congrega os museus da 5ª Avenida, em Nova York. Por lá, ocorrem apresentações ao ar livre, programas educativos para famílias e crianças e a entrada nos museus é gratuita.
Por aqui, a primeira edição do evento ocorreu em março de 2018 com uma proposta ainda mais agregadora. Além de ativações a céu aberto e atividades dentro dos museus, havia também intercâmbios de programação entre as casas. Foi um dia inteiro de atividades gratuitas voltadas ao teatro, à música, às artes plásticas e visuais, à dança, à literatura e à fotografia. Na segunda edição do evento, em 2019, a programação da Paulista Cultural foi ampliada, e o evento ganhou um reforço importante com o apoio do Itaú. Como um dos resultados, o público participante cresceu 13%, chegando a 46.500 mil pessoas. No ambiente virtual, o evento impactou positivamente quase 35 milhões de pessoas.
Em 2020, aconteceria a terceira edição do evento, que não pode ser realizada por uma questão de saúde pública (covid-19). Apesar disso, as instituições se mantiveram unidas, estabelecendo diálogos permanentes e ampliando suas ações em conjunto no ambiente virtual. Um dos resultados desse trabalho é o site, em que você pode encontrar informações da Paulista Cultural, das instituições que participam dela e das suas respectivas programações.
Sobre a Avenida Paulista
A avenida Paulista foi aberta de onde se podia ver toda a cidade. Resquício do trajeto entre São Paulo e a Aldeia dos Pinheiros, seu trecho compreende uma extensão total de 2.700 metros e interliga as regiões Centro-Sul e Oeste da cidade. Em 1891, sua mata original, densa e alta, dava lugar aos casarões da burguesia paulista industrial e cafeeira que começava a se formar. Símbolo da ascensão social dessa classe, ali estavam concentradas suas fortunas, que formavam um colar de vilas e palacetes mais tarde substituídos por edifícios de escritórios e centros comerciais.
A construção da paisagem de arranha-céus, que conhecemos e associamos à avenida Paulista atualmente, data dos anos 1960. Até o início dos anos 2000, foi conhecida como principal centro financeiro do país, reunindo escritórios, consulados, hotéis, bancos, centros educacionais, livrarias, hospitais, salas de cinema, teatros, bares, restaurantes e centros culturais. Com a expansão econômica da metrópole, o coração financeiro se espalhou, mas a avenida continuou sendo referência para a maioria dos brasileiros, palco de protestos, festividades e comemorações.
No final de 2014, teve início o debate para que a via ficasse aberta aos domingos exclusivamente para pedestres, limitando o acesso de carros, o que resultou, após dois anos, no projeto Paulista Aberta, materializando a vocação desta “nova avenida”. A via foi imediatamente ocupada por diferentes manifestações artísticas, atraindo público e organizadores de diversas regiões da cidade.
A partir desse momento, as instituições culturais da avenida passaram a lidar com o desafio de criar um diálogo com esse público espontâneo, formado por artistas e transeuntes que passaram a fazer da avenida o espaço de lazer do fim de semana. A inauguração, em maio e setembro de 2017, respectivamente, dos centros culturais Japan House São Paulo e Instituto Moreira Salles e, em abril do ano seguinte, a reabertura do Sesc Avenida Paulista foram reflexos da nova configuração da avenida, que, em dois anos, passou a reunir sete das principais instituições culturais do país em eixo simbólico: Japan House São Paulo, Casa das Rosas, Sesc Avenida Paulista, Itaú Cultural, MASP, Centro Cultural Fiesp e Instituto Moreira Salles.
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