Norma Jeane Mortenson nasceu em 1926 e morreu em 1962, no dia quatro de agosto. Foram trinta e seis anos de vida e esse ano são sessenta anos da sua morte. E ela continua notícia.
Elton John cantou para Norma Jeane na primeira versão de Candle in the Wind. Fazia onze anos que ela havia partido e o cantor a homenageou com sua voz. Ele a comparou com uma vela ao vento, sem saber que rumo tomar. Sim, a pequena sereia foi um turbilhão de emoções.
Marilyn Monroe nasceu Norma, filha de Gladys, que trabalhava como editora de filmes. Devido as internações da mãe, Norma passou sua infância em casas de família e orfanatos. Com dezesseis anos se casou e separou-se aos vinte. Após, inicia sua carreira de atriz, muda seu nome para Marilyn Monroe e tinge seu cabelo de loiro. A partir daí nascia um dos maiores símbolos sexuais do século vinte - ousada, charmosa e sensual.
Entre filmes e amores, Marilyn sofreu doze abortos. Se fez uma das maiores atrizes de Hollywood - a bela moça dos cabelos loiros, olhar dócil e sorriso infantil conquistou milhares de fãs; acumulou cenas que transcenderam o tempo, como seu vestido branco voando em "O pecado mora ao lado" e o célebre parabéns ao Mr. President, num evento próximo à sua morte.
Marilyn teve muitos romances e casou-se por três vezes em sua curta vida. Entre seus homens, os mais importantes foram os irmãos John e Bob Kennedy. Talvez essa paixão pelos Kennedy a tenha levado ao seu prematuro falecimento, pelo excesso de barbitúricos. Embora sua morte tenha sido vista como suicídio, as teorias sobre possível homicídio surgem ainda hoje. Prova disso é o mais recente documentário sobre a atriz lançado pela Netflix, lançado mês passado e intitulado The Mistery of Marilyn Monroe: The Unheard Tapes, unindo bons acervos e depoimentos, mas beirando o mais do mesmo sobre a vida tumultuada de Marilyn. É difícil explicar como a atriz se sentia em relação à sua vida.
Sereia sedutora - beleza e sensualidade.
Nos arquétipos de Jung, Marilyn se encaixa no arquétipo (padrão de comportamento) da sereia sedutora. Marilyn usava seu jeito infantil para conquistar as pessoas, sua voz de sereia encantava a todos. A sereia seduz com uma presença muito sensual e Marilyn fazia isso muito bem - arisca e distante, sabendo quando aparecer. A primeira atitude sedutora de Marilyn foi usar um suéter número menor, deixando à mostra seu belo colo. Ela sabia ser feminina: suas roupas, seu cabelo, sua maquiagem, seu andar, seus gestos e caprichos, seu perfume - tudo nela era marcante. Um feitiço para os homens. A energia do arquétipo da sedutora é extremamente atrelada à libido e sexualidade - a atriz exalava sensualidade.
Seus filmes de maior sucesso a mostravam como a mulher linda, sexy e dotada de pouca inteligência. Essa foi a imagem criada por Marilyn para o estrelato.
Mas como todo arquétipo, a sereia também tem seu lado negativo: toda essa exposição na mídia a deixou mais machucada do que já era, depressiva e fragilizada. Norma, traumatizada por sua infância, sofria ataques de pânico, medo e depressão. Vivia em tratamento psiquiátrico e tomava muitos remédios. No fundo, ela só queria amar e ser amada, ter sua família e ser feliz.
Beleza americana.
O arquétipo da sereia possui sua energia centrada na força feminina Yin com extrema intensidade. Marilyn montou sua aparência para ser sexy e desejada. Entre seus segredos de beleza estavam o sono de uma estrela, boa alimentação, nada de sol e bronzeamento. Desenvolveu uma maquiagem que valorizava sua face.
Ela chamava seu cabelo de "travesseiro branco", devido ao clareamento que fazia para deixá-lo quase branco. E declarava que clareava todos os pelos do corpo e dormia apenas com cinco gotas de Chanel. Ela sabia como atiçar a imaginação de um homem. E conseguia.
Material Girl.
Seus vestidos já forma imitados incontáveis vezes, assim como seu cabelo e seu jeito. Madonna foi a mulher que imitou Marilyn e mais chegou próximo a ela, na verdade, superou-a pelo seu equilíbrio, o que Marilyn não conseguiu ter.
No clipe de seu antigo sucesso Material Girl, Madonna surgiu no vestido rosa, imitando Marilyn. Recentemente, a famosa influencer Kim Kadarshian usou o icônico vestido que Marilyn usou no happy birthday do presidente Kennedy, nos seus quarente e cinco anos.
O vestido, parte da história da Marilyn, estava sobre os cuidados de um acervo e a socialite subiu as escadas do Met Gala (o Oscar da moda) em Nova Iorque no início desse mês, usando o vestido original, gerando inúmeras críticas pelo seu apelo egoico.
Blondie.
Esse é o nome do filme, sem data de lançamento, pela Netflix, que trará uma visão mais "realista" de Marilyn, segundo opiniões. A atriz Ana de Armas dará vida à jovem e problemática Marilyn, que usava a beleza e o sexo para conseguir o que queria. Inclusive sua morte.
Esperemos.
Embora a personagem Marilyn seja eterna e sempre atrairá a mídia, Norma merece a paz que não encontrou em vida.